Sporting responde com uma grande exibição; Slimani, João Mário e Adrien brilharam na Capital do Móvel

Paços de Ferreira 1-3 Sporting (Bruno Moreira 83'; Bruno César 40', Slimani 63' e 84')

Resposta autoritária do Sporting, depois de uma semana complicada e na sequência da vitória do Benfica. Os leões, com uma excelente exibição, venceram na Capital do Móvel (3-1) e voltaram a assumir a liderança da Liga, que tinha sido perdida por umas horas. Num jogo de sentido único, o resultado até pecou por escasso tal foi o domínio leonino perante um Paços de Ferreira que só por uma vez incomodou Patrício, tendo facturado logo. Bruno César fez o 3.º golo pelos verde e brancos, Naldo teve igualmente em bom plano, mas foi o trio Adrien, Slimani e João Mário a fazer a diferença. O capitão do Sporting voltou a encher o campo, o argelino juntou um bis a uma assistência enquanto que JM fartou-se de desequilibrar com a sua técnica e movimentações sendo que, além de ter oferecidos 2 golos, ainda acertou na barra com um belo remate; Nos anfitriões, Edson Farias foi dos poucos a mexer com o jogo; Bruno Moreira disse presente na única oportunidade (naquele que foi o primeiro remate do Paços à baliza de Patrício, já aos 83'), mas o conjunto de Jorge Simão, que entrou de inicio com 4 unidades de pendor ofensivo, foi engolido pela superioridade de jogo do líder do campeonato.

Quanto à partida, a primeira parte foi marcada pelo domínio Leonino, com os homens de Jorge Jesus a terem sempre mais a bola no meio-campo adversário, com o Paços sem incomodar Rui Patrício. Durante os primeiros 35 minutos, os Verde e Brancos criaram perigo relativo através de cabeceamentos, primeiro num de Naldo que é desviado por Ruiz, passando a bola perto do poste direito de Marafona, depois com Slimani e Paulo Oliveira que, em boa posição, não conseguiram acertar com a baliza. Já na parte final do primeiro tempo, o Sporting assediou de forma mais veemente a baliza rival, primeiro num remate de Adrien de pé esquerdo para boa defesa de Marafona e, aos 40', com o golo inicial: num lançamento de linha lateral, Jefferson aproveita a distração da defesa Pacense e serve Slimani, que trabalha bem e serve Bruno César, que não tem problemas em fazer o 1-0. Os Leões estavam embalados e 2 minutos depois João Mário, num potente remata, acerta na barra. A segunda parte começou como acabou a primeira, com o Sporting por cima, e logo aos 48' Naldo, em boa posição, atirou para fora. A superioridade leonina mantinha-se, com uma boa pressão que não deixava o Paços sair, bem como uma circulação fluida, e foi com naturalidade que o segundo golo chegou: João Mário recebe a bola na zona central e isola Slimani, que perante Marafona remata de pé esquerdo por entre as pernas do guardião. Com o golo, o Sporting tirou um pouco o pé do acelerador, mas mesmo assim o Paços não criava perigo, até que, sem nada o fazer prever, os locais marcaram no primeiro remate à baliza: aos 83', num lançamento de linha lateral feito de forma longa, Fábio Cardoso ganha a bola ao primeiro poste e ao segundo Bruno Moreira bate Paulo Oliveira nas alturas para fazer o 1-2. No entanto, praticamente na jogada seguinte, João Mário recupera a bola perto da área dos Castores, finta Fábio Cardoso e serve primorosamente Slimani, que só tem de encostar para bisar e voltar a colocar a diferença em 2 golos, fixando o 1-3 final.

Paços de Ferreira - Muito pouco mostrou o quinto classificado. A equipa da casa quase que se limitou a defender, não por opção, mas porque nunca foi capaz de fugir à pressão contrária. Juntou-se a essa falta de capacidade alguma desconcentração, como são provas os primeiro (toda a gente distraída aquando do lançamento lateral) e terceiro golos. Mesmo a defender, houve sempre muita dificuldade em manter as marcações perante os movimentos dos jogadores leoninos, sendo que as linhas recuadas abriram demasiadas brechas, valendo apenas a ineficácia contrária. Mesmo o próprio Marafona pareceu nervoso e inseguro, falhando diversas intercepções. Diogo Jota foi completamente anulado, e apenas Edson conseguiu sacudir a pressão, ao sacar algumas faltas na saída de bola em velocidade. Bruno Moreira facturou na única chance que teve, sendo que resto foi engolido pela defesa leonina. Pele e Romeu nunca mostraram capacidade de sair com a bola ou de manter a sua posse, e o lateral João Gois, ligado a dois golos, foi demasiado permeável. A dupla de centrais sofreu com Slimani, e curiosamente, penaram mais quando o argelino punha a bola no chão do que no jogo aéreo.

Sporting - Qualquer semelhança com a equipa de Portimão resume-se à cor das camisolas. A resposta ao resultado da Luz foi um conjunto compacto, agressivo a defender, e a progredir no terreno em constantes tabelas, com todos os elementos a movimentarem-se e a procurarem o espaço para receber a bola. A defesa teve uma noite descansada, muito por culpa das exibições individuais do seu quarteto (Patrício mal tocou na bola), mas também devido ao trabalho desenvolvido pelos médios e avançados, que cortavam as iniciativas do Paços longe da área leonina. Ofensivamente, o Sporting nem primou pela eficácia, tantas foram as oportunidades desperdiçadas, sendo que algumas nem foram concluídas com remates. O volume ofensivo foi elevado, assente em boa circulação de bola e mudanças de posição, com destaque para os movimentos de Slimani e João Mário, sempre a fugir às marcações, e para a boa integração dos laterais. O único ponto negativo foi o golo sofrido, num lance "à Jesus", em que os leões foram claramente batidos no jogo aéreo. Individualmente o destaque voltou a ser Slimani, que não só marcou dois golos, como ainda deu outro a marcar, após jogada individual em que tirou da frente um defesa. O argelino até se mostrou mais nos lances técnicos do que na componente física, e foi particularmente eficaz a fugir às zonas de finalização. Quem esteve num plano elevado foi também João Mário, com duas assistências primorosas (um passe longo e um meio-golo após jogada individual), corolário de uma exibição pautada por pormenores de classe (um deles enviou uma bola à trave) e uma segurança no passe e na posse. Adrien foi o melhor elemento na primeira parte, importante na recuperação de bola que mantinha o Paços encostado à sua área, e sempre com critério na entrega do esférico. Naldo esteve impecável na defesa, não só ganhando todos os duelos, mas também saindo a jogar em detrimento do pontapé longo, ao contrário do que fez Paulo Oliveira, que não fica bem na fotografia no golo sofrido. Jefferson esteve interventivo no ataque, embora pouco eficaz, enquanto que William mostrou presença defensiva há muito ausente.

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